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Espiritualidade

Oxóssi: significado, símbolos e seus filhos

Na cultura iorubá, Oxóssi é um Orixá de centralidade no processo civilizatório de estabelecimento de tribos, desenvolvimento de condições de sobrevivência e, até mesmo, uso dos recursos de maneira inteligente.

Divindade cujo elemento é a Terra, é curiosamente menos cultuado na África – talvez em função da redução da prioridade caçadora e coletora dos povos – mas ainda é bastante cultuado nos locais que herdaram o iorubá como parte de sua cultura.

Saiba mais a respeito deste poderoso Orixá, rei de Kêtu e dono da Terra, responsável pela evolução e proteção dos povos em suas origens:

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Elementos simbólicos de Oxóssi

Oxóssi geralmente é representado pela cor azul-turquesa, muito embora seu elemento natural seja a terra, especialmente em ligação com florestas, campos e locais de caça. Seu dia é a quinta-feira, e – como não poderia deixar de ser – sua simbologia envolve o arco, a flecha (geralmente representada como uma única flecha, para demonstrar a astúcia do caçador) e o erukeré, tradicional cetro que utiliza o rabo de touro.

Em função de sua simbologia, Oxóssi domina a caça e a agricultura, refletindo em aspectos como fartura, alimentação e guia. Em tempos passados, a figura do caçador apresentava uma forte liderança simbólica, pois era ele o responsável por determinar onde sua tribo seria instalada, de acordo com as condições da terra.

Quem é Oxóssi?

Oxóssi é não apenas o orixá da caça e da fartura, mas o senhor da floresta e seus seres. Em outras palavras, como caçador, é o rei de Kêtu e da Terra. Nas nações do Candomblé, por exemplo, isso significa que é Oxóssi o senhor destes povos. Paradoxalmente, Oxóssi já não apresenta uma relevância de culto tão desenvolvida nas culturas iorubá de origem, como na Nigéria.

De qualquer forma, é impossível negar a importância do Orixá no desenvolvimento dos povos. No princípio, era a caça a forma mais importante de sobrevivência de uma tribo. Portanto, só com a ajuda de Oxóssi seria possível que as pessoas tivessem sucesso em sua jornada. O Orixá, no entanto, prega a sabedoria e o desenvolvimento: utiliza apenas uma flecha. Dessa forma, não pode errar – e jamais erra – como um exemplo para aqueles que são seus filhos.

Fala-se que o Orixá é irmão ou filho de Ogum, e sempre está em contato com ele. Isso porque o papel de Ogum como caçador e, sobretudo, como desenvolvedor das ferramentas primordiais torna as duas forças necessariamente complementares, importantes para a evolução da humanidade.

Além disso, o Orixá é filho de Iemanjá ou Apaoká, a depender da perspectiva tomada na mitologia. Essas características fazem dele corajoso, obstinado e avesso à morte: não a teme nem se deixa paralisar por ela.

Como são os filhos de Oxóssi?

Os filhos deste Orixá são sóbrios, cuidadosos, perspicazes e – não raras vezes – fechados em relação aos seus sentimentos e emoções. Por vezes, podem apresentar características de arrogância ou prepotência, em função de seu comum afastamento em relação à abertura com outras pessoas.

Na verdade, são apenas obstinados e não temem o insucesso, o que pode gerar uma impressão errada sobre eles. São atenciosos e respeitosos, e uma de suas principais características é a lealdade. Essas pessoas valorizam suas relações, e nunca consideram a traição, nem mesmo com seus inimigos.

Os filhos de Oxóssi são elegantes e notáveis, geralmente discretos e mais propensos a momentos de isolamento e introspecção. Não significa, no entanto, que não nutram constantemente um sentimento de lealdade e de objetivo de prover para os seus.

Quando relacionam-se com outras pessoas, são fiéis e dedicados, embora possam exigir momentos de individualidade. Em geral, não compartilham suas mágoas, o que pode levar a um rompimento súbito de um relacionamento por pequenas coisas – geralmente não dando chances para retomar a relação.

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